INTRODUÇAO
Se tem um camarada que eu admiro é esse profeta Jeremias. Não sei se você o conhece, mas ele é um homem que manteve um “tete a tete” com Deus durante toda sua vida. Pagou um preço por isso, mas foi conhecedor dos segredos do coração do Criador.
O que acho lindo, é que Jeremias foi o profeta para quem Deus mais trouxe conhecimentos profundos através de coisas simples. Coisas do nosso dia a dia. Coisas que passam despercebidas por muitos.
Em uma dessas noites, um episódio da vida de Jeremias saltou na minha memória. Você é meu convidado, ou convidada, para mergulhar nessa cena simples de um HOMEM COM UM CINTO e deixar que o Senhor ilumine nossa mente…
PARTE 1 – LUZ, CÂMERA, CLAQUETE: LIÇÃO!
Olha é difícil dividir algo se não estivermos na ‘mesma página’. Precisamos ter um ponto comum para falarmos de um mesmo assunto. O primeiro convite é para congelarmos nosso olhar sobre essa cena da vida Jeremias.
É tipo uma seleção de cena no DVD, e mesmo não vendo o filme todo é possível fazer uma leitura dela e aprender algo. Bora lá?
Você pode ler Jeremias – capítulo 13 nesse link ok? http://www.bibliaonline.com.br/nvi/jr/13
Destaco o seguinte versículo:
Assim como um cinto se apega à cintura de um homem, da mesma forma fiz com que toda a comunidade de Israel e toda a comunidade de Judá se apegasse a mim, para que fosse o meu povo para o meu renome, louvor e honra. Mas eles não me ouviram”, declara o Senhor [Jeremias 13:11]
PARTE 2 – ESCONDE O CINTO, VAI!
Esconder algo requer um PENSAMENTO. Exige um planejamento mínimo, por mais rápido que seja. Sabe quando o filho faz algo errado e tenta esconder o que pegou do pai, puxando o objeto para as costas o mais rápido possível? É uma ideia rápida, mas a gente PENSA PRA ESCONDER.
Então quando, a pedido do Senhor, Jeremias é convocado a esconder o cinto na fenda, Jeremias teve que PENSAR. O Senhor pediu que o profeta fizesse esse ato, como uma representação da situação espiritual do povo. Era uma ilustração que Deus queria dar para que o entendimento acerca do que estava em seu coração, fosse trazido com mais clareza.
O cinto era um item da vestimenta dos sacerdotes, e representava o RELACIONAMENTO com Deus. O povo estava pegando o relacionamento com Deus, e escondendo. Esconder o cinto é esconder a verdade, aquilo que você recebeu de precioso.
É esconder o relacionamento de Deus com você (porque entendo que se escondemos o cinto, nós não queremos nenhum relacionamento com Ele).
Esconder numa fenda, o símbolo dessa união com o Senhor, traz uma mensagem clara: “estou declarando que este relacionamento NÃO TEM IMPORTÂNCIA para mim”.
Mas vou além. A questão nesse ato profético de Jeremias, não é apenas “abrir mão” do relacionamento com Deus, mas quero chamar sua atenção para o que PRE-CEDEU a atitude de deixar o cinto numa fenda.
PARTE 3 – PLANEJANDO FORA DA VONTADE DE DEUS
ESCONDER. Como falei no início, esconder algo demanda tempo e esforço. Demanda um desejo e uma energia empregada para fazê-lo. Carrega um pensamento claro de NÃO DEIXAR algo visível, que nesse caso, era tradução do coração do povo no desejo de CONTRARIAR A VONTADE DE DEUS.
O povo foi contra o coração de Deus. O relacionamento dele com seu Criador foi colocado em um lugar escuro, carregado pelas as trevas. A fenda é um lugar onde a luz não entra muito (ou não entra mesmo), e aquilo que brilhou um dia por estar em contato com Deus, foi ESCONDIDO, deixado no escuro, e APODRECEU, se DESFEZ, se DECOMPOS.
Nosso coração talvez não seja muito diferente do coração do povo na época de Jeremias. Será que não ESCOLHEMOS nos colocar nas trevas e deixar nossa vida com Deus morrer? Decidimos nos isolar, nos colocar nas trevas, quando conscientemente sentimos vergonha, então nos escondemos.
A vergonha é fruto de uma certeza da ação do pecado, é uma convicção no fundo do nosso ser que estamos distante daquilo que é santo e correto (Santo e Correto? Essas características se encaixam no caráter de alguém que você conhece? Talvez o nome dEle seja Jesus?).
Colocamos a nós mesmos numa fenda, abraçados à nossa vergonha, e preferimos apodrecer ali a romper essa ligação com o impuro e retornarmos a um diálogo com Deus. Vamos morrendo na escuridão…
A fenda é um lugar úmido, frio, que abriga sujeira e uma série de bichinhos nojentos. Será que espiritualmente estamos em um território assim? Se estamos, é melhor gritar por socorro e sair dali. Não podemos deixar nosso relacionamento com o Senhor se ESTRAGAR.
“Volta, Filho!”, “Volta, Filha!” sempre será o chamado do coração de Deus para nós.
PARTE 4 – O VELÓRIO
O relacionamento com Deus tem como base a VERDADE. E enterrar a Verdade de Deus junto com o relacionamento é fazer morrer o que Ele planejou para nós. É sepultar aquilo o que Ele declarou (sua Palavra, a Verdade) para nós. É matar a vida.
Não sei o que você pensa a respeito, mas reflita comigo: Será que não vivemos em uma sociedade que é fruto do ENTERRO DA VONTADE DE DEUS para nós? Isso me fez pensar uma cena, imagine comigo se quiser:
Será que não estamos em um grande velório no qual vemos os sonhos de Deus dormindo em um caixão na nossa frente? Ali é a fenda: o lugar do esquecimento.
Talvez alguns se aproximem e perguntem: “Que coisa triste! Quanta desgraça surgiu ao redor desse velório! Quem foi o assassino? Quem matou a Verdade de Deus? Quem colocou no caixão o Relacionamento com Ele?”
Então um homem de rosto coberto se levanta e diz: “Fui eu”.
Todos exclamam: “Criminoso! Olhe quanta fome, doenças, corrupção existe aqui! Você matou a Verdade! Assassino! Qual arma você usou para esse crime?”
O homem responde: “Usei o veneno do Orgulho. Ele mata a Verdade na nossa vida” (isso te lembra algo em Jeremias 13:9? Cinto apodreceu por causa da soberba?).
Uma mulher grita logo atrás do caixão: “Se teve coragem de fazer isso, mostre seu rosto, criminoso imundo!”
O homem vai até o centro do agrupamento de pessoas e puxa seu capuz revelando seu rosto. Sua face era feita de espelhos, e cada um dos presentes no velório se viu no homem. Eu estava presente lá, olhei para o homem e vi a mim mesma. O assassino da Verdade era Eu. Ou era você. Na verdade éramos todos nós…
Somos esses que colocam a Verdade de Deus em fendas. Somos os assassinos, pois tomamos a decisão de matar nosso relacionamento com Ele.
Aquilo que carregávamos de mais precioso, que adornava nossas vidas, foi colocado no lugar do esquecimento. Então o tempo passou e o cinto já não tinha mais uso, ou seja, o relacionamento com Deus não tinha mais importância.
Colocamos o que era divino no mesmo lugar do que era morte. Nossa vida, tão preciosa para Deus, foi depositada por nós mesmos nas trevas. Levamos a nós mesmos ao inferno.
De que forma estamos nos esforçando para esconder Deus em nossas vidas? Ou, qual esforço estamos fazendo para tirá-la dali, tirá-la da fenda?
Olha, talvez você não colocou a Verdade na fenda “porque de fato estava pecando e decidiu abandonar tudo e deixar o relacionamento apodrecer”. MAS talvez você não ESTÁ USANDO A VERDADE em sua vida, e isso é também “enterrá-la”.
Não praticar a verdade, não usá-la, não desenvolver seu relacionamento com Deus é também dizer não se importa.
O CINTO SEM USO NÃO VALE PRA NADA. É só um cinto. É só a bíblia aberta na cômoda, é só a frase bonita que você ouviu e publicou no Face, é a música que tocou sua alma e fez você chorar, MAS NÃO HOUVE MUDANÇA, NEM CRESCIMENTO. Não é esse o desejo de Deus. É uma verdade guardada que não deixamos gerar vida em nós.
É um pensamento preguiçoso, que gera uma atitude preguiçosa, afinal talvez seja mais cômodo guardar a verdade do que praticá-la.
“Deixa pro domingo, ou pra reunião na igreja! Dá muito trabalho andar com o CINTO DA VERDADE durante a minha semana. É muito trabalhoso buscar a Deus, e firmar minha posição de sacerdote nesse mundo que oferece tantas coisas cool”.
Então COOLdado (pegou a piada? Cuidado = Cooldado… Tá bom, foi péssimo… ok).
É muito desperdício esconder um CINTO TÃO LINDO. Não podemos pra deixar de mostrar para outros, essa preciosidade que carregamos! Não podemos nos conformar e escondê-la. É muito dolorido ser portador (carregar com você algo que transformou sua história) e não #compartilhá-lo.
CONSIDERAÇÕES ‘INICIAIS”
Observar e refletir sobre essa cena na vida de Jeremias, não nos permite Considerações Finais eu acho… Mas nos abre uma possibilidade de recomeço.
A mão de Jesus sempre está disponível para nos ARRANCAR DA FENDA, para nos limpar, trocar as vestes, e retomar nosso relacionamento com Deus.
Da mesma forma que enterrar algo na fenda exige “uma forma aplicada”, sair dali não será diferente. O que vale a pena é saber que os resultados das duas ações são COMPLETAMENTE OPOSTOS.
Colocar algo na fenda é pedir morte. Esforçar-se para sair dela, é ENCONTRAR A VIDA. Vale a pena. O Caminho de Jesus sempre vai valer a pena.
E no grande dia, quando Ele voltar, que alegria enorme será se apresentar diante do Rei dos Reis, vestindo um CINTO LINDO, LIMPO E BEM CUIDADO e dizer:
“Senhor, eu guardei a Verdade, eu preservei meu relacionamento contigo, e agora quero te entregar esse cinto (tudo que carreguei de Ti dentro do mundo temporal), porque sei que passarei a eternidade contigo”.